Conexão
Fui preparado para ser quem “Sou”, todos fomos
E faria(mos) tudo de novo
Afinal, somos apenas o reflexo do mar
Nossa arrogância é sintomática...
Tal qual a do mar..., encerra-se em ondas coléricas
Ambos ignoramos “os riachos e os rios” que nos compõem
Ao limite da terra..., o lugar do outro
Estamos presos à imagem de nós mesmos
Impiedosa (auto)indulgência
De tudo que há na Terra...
O mar é o que mais nos conecta ao Universo
Seja porque reflete o Céu, seja porque emerge de violenta força
Sofremos todos: nós, o mar e o Universo; a mesma dor silenciosa
Estando nossa (in)significância à prova
Pugnamos pelo reconhecimento da “grandeza” de nossa “fútil” existência
Desconsiderando nossas origens
Voltamo-nos ao Divino
Mas é possível que não estejamos prontos
São constantes as batalhas
E se há dor na derrota
Também há na glória
Não alcançar "nada"..., frustra
Alcançar “tudo"..., também
A dor é o que nos conecta, mas poucas vezes gritamos
Enquanto isso, atenho-me à constância
O fluxo... e o refluxo... das marés..., me acalmam
Despretensiosa conexão
Ipatinga, 20 de fevereiro de 2023.