Olhos dos poetas
Olhos dos poetas
Há quem tenha nos olhos poemas de encanto que não lê
Aqueles que tanto deseja e com fé crê
Letras de insanidades e prazer para além da visão
E também as capacidades para ver o que não quer não
Os olhos dos poetas têm a sensibilidade do coração
Mesmo na cegueira têm a feminilidade na sua intuição
Têm a lua feiticeira ao centro numa tela sonhadora
Uma alma nua à janela debruçada que chora
Vivem uma emotividade que ultrapassa a sensorial
Até parece que dançam ao som de um coro musical
Quantas vezes descansam em sorrisos e gritos escondidos
Que os fazem felizes quando se lêem em escritos perdidos
Na verdade têm lá dentro um sentimento puro latejante
Que pulsa uma emoção que os magoa ou um momento esvoaçante
Luísa Rafael
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Porto, Portugal