Deixai as Folhas Serem
Deixai as folhas
Deixai dançar
Deixai dançar aos ventos
Deixai as folhas
Todas dançarem
Encherem as calçadas
Cobrirem as estradas
Deixai!
Deixai !
Deixai !
Cumprir a missão de leveza
de suavizar as feiúras do mundo
das mulheres
dos homens
dos meninos
Deixai cumprir a sua sina
de pulverizar poesia com suas andanças em vôos raros
Deixai
Deixai !
Deixai !!
Por favor
Deixai as folhas serem quem elas são
Poema puro raro
Tendo inscrito em suas asas
os cheiros de poesias que dançam sua sina, seu destino compondo a sua existência perante a boniteza do mundo sujo da beleza dos poemas com as cores do sol e das luas da
Deixai as folhas serem folhas
Não as recolhas em vasos vazios frios carregados de solidão
Deixai as folhas escreverem as suas histórias tão eternas por serem tão breves, leves, soltas...livres
Sem porteiras
Sem rédeas
Sem muros
Sem cercas
Sem cabrestos
Deixai!!
Deixai as folhas cintilarem as suas cores
Com seus cheiros pelos chãos
compondo as suas vidas como raras obras de arte
Deixai as folhas como estrelas reluzirem como os vaga-lumes
na firmeza do eternizar - se como versos livres que cospem labaredas das coivaras de suas existências!
Deixai as Folhas serem o que elas não podem deixar de ser
Belas!
Deixai as Folhas tingirem o terreno do tempo com o perfume de sua teimosia
Deixai !!