Livro
Livro em capítulos, poemas em estrofes, eu e você em ciclo
Um único ciclo
Aquele infindável, que tropeça em 10 capítulos e tem sua existência ameaçada na página 23
Somos o livro na estante que alguém cobiça a capa ao comprar e ler com entusiasmo os primeiros capítulos
Captura qualquer palavra e cria um tom pessoal a cada gesto dos protagonistas
Depois dos 3 primeiros, há todo um clímax e talvez há climaxes demais pra um livro só
E o tempo esteja comprimido e ter tantas desafios deixou a leitura monótona, fria.
E o capítulo tá marcado com uma caneta comum.
por que desperdiçar o marca texto novo ?
E contar degraus e estralar os dedos… tudo ocupa o espaço do livro bonito que nem tem mais a capa tão bonita assim
E de repente
Há um intervalo de falta
O súbito de saudade que ele provoca
O estopim que enfurece e ama numa proporção insana
Lá está ele entre as mãos
A capa amassada e a folha entrecortada por manchas de café
E tudo é novo
De novo
E está no meio e de repente no início de novo
E como se fosse uma mágica clara ele é bonito e viciante
De novo
E nunca acaba porque há paixão e tudo pode acontecer
E tudo já aconteceu
E sente pena
E sente ódio
E sente um sentimento sem nome
E sente tudo que se pode sentir
E quer fugir e quer matar e quer não sentir nada
Quer pôr de volta na prateleira
Mas não
A escolha da leitura reincidente é o castigo do curioso e a cura dos que escolhem o caminho do inominável
Esse livro
Interminável
Misterioso
Ridículo em detalhes
Belíssimo em erros descomunais
Padece na vitrine instável de um leitor tão instável quanto .