O meu jardim de amor

O meu jardim de amor

Não deixarei o vento alheio à floração do meu seio

A brisa que traz o teu pensamento ao meu num doce enleio

Talvez o perfume que sinto de vibrantes odores seja uma ilusão

Das flores deitadas no meu peito em suspiros de devoção

Elas respiram as dores sentidas por entre o tecido da pele afectuoso

Sentem-se acolhidas pelos batimentos do coração despido caloroso

Estão viçosas pelo cuidado da rega e do meu olhar soalheiro

Cada raio ensolarado abre as pétalas sedosas com o seu suave cheiro

Ai, mas fosses tu poeta com as mãos de amor no meu jardim

E o tratasses com rigor neste terreno selvagem que há em mim

Talvez sentisses a nudez estendida nessa viagem oferecida de tom marfim

E o rubor envergonhado de uma cor esquecida na face carmesim

Seria provavelmente inspirador se te debruçasses no meu peito

Respiraria certamente um poema de amor neste calor mais que perfeito

Luísa Rafael

Direitos de autor reservados

Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 12/02/2023
Código do texto: T7717897
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.