Semeai Bonitezas
Porque urge das semeaduras
do pulsar do peito erguido,
aberto ao tempo, destemido e arrepiado de tão tenro
Esse peito aberto onde mora a alma,
Nesse esconderijo coronário rubro
de mulheres,
homens
e meninos
Onde surge o nascimento da beleza como um milagre
Semeadores - ergamos as mãos sujas de poesia rasgada com ousadia
rompendo as paredes e muros do ostracismo demente que tanto atormenta
E com essas mãos nossas maculadas
pelos verbos estruturados
com as sementes do belo demasiadamente carregadas
de levezas
Semeai!
Semeai toneladas de sorrisos
Semeai !
Semeai cargas de alegrias com cheiros de chuva
Semeai poesia aos ventos azuis de tão bonitos, tão breves
com a acústica de puros silêncios com suas texturas
Semeai, semeai poesia
em cada canto do mundo
que sofre anêmico,
desnutrido e deteriorado
com essa carga fria
que mulheres, homens e meninos despejam
na pele do tempo enrugado
de tão cansado e encardido
Semeai!
Semeai Bonitezas
Porque o inimigo do belo
não é a feiúra com sua secura
e crueza
É a ausência do sentir o corpo e a alma que dão sentido ao gozo de idas e vindas no infinito da eternidade
em não viver a toa
impregnado dos desserviços contaminantes
dessa vida utilitarista, pragmática e corriqueira, linear, fria, calculista, racionalista, trivial com o ápice de sisudez!
Medíocre!!!
Carracundo!!!
É como se a vida fosse esse equívoco tosco, pequeno e ridículo
traçado pelo impulso mesquinho
do tão desmesurado dinheiro acumulado e acumulando-se na busca do lucros como guia que escravizam os nascedouros da beleza de cada dia
Onde a vida não pulsa vitalidade
porque lhes mensuram, pesam e precificam
Lhes exaurindo ao cansaço
que lhe esteriliza a sua poética
Mas, com a Inteireza dos caminhos traçados pelos rumos da beleza
é que ruminam esse texto como uma canção que aspira ser bonita por ser tão leve, tão breve, tão eterna
Semeai!
Semeai o Belo
Semeai a Beleza
Semeai em todos os ares de profunda harmonia
Esse gesto de pura grandeza
Semeai
Portanto, semeai, semeai Bonitezas!
Esse gesto de pura rebeldia
Esse ato de amar em tons plurais
como aromas de pétalas frescas e singulares
que se afortunam sem a submissão inconsequente ao deus-dinheiro
com requinte de em-flores-ser
sendo sementes de doçura rara
em manhãs que nunca envelhecem