Cinzeiro

Fiz um café pra nós

três

vezes,

dias.

E tem vezes em que

dias,

horas,

segundas vezes,

segundas-feiras,

febres-terçãs

intentam não acabar.

Ainda escuto seus risos,

seus sussuros,

seus passos;

espaços na cama,

no ventre,

no vento;

na chuva e na saudade

que insistem.

E os dias giram,

rodopiam;

ao que as músicas

tocam sem me tocar,

ao que as toalhas secas

reclamam,

ao que minhas camisas

passeiam...

ao que meus cigarros

sobram:

pontas soltas dos seus cabelos

no cinzeiro da minha cama.

Gustavo Alvaro
Enviado por Gustavo Alvaro em 12/02/2023
Código do texto: T7717308
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