Cinzeiro
Fiz um café pra nós
três
vezes,
dias.
E tem vezes em que
dias,
horas,
segundas vezes,
segundas-feiras,
febres-terçãs
intentam não acabar.
Ainda escuto seus risos,
seus sussuros,
seus passos;
espaços na cama,
no ventre,
no vento;
na chuva e na saudade
que insistem.
E os dias giram,
rodopiam;
ao que as músicas
tocam sem me tocar,
ao que as toalhas secas
reclamam,
ao que minhas camisas
passeiam...
ao que meus cigarros
sobram:
pontas soltas dos seus cabelos
no cinzeiro da minha cama.