VENDAVAIS

O vento que sopra carrega as emoções mais caras

E sob as orelhas da natureza, ouvem-se os gritos

Que choram e clamam lamúrias em ecos alvejantes

Dos que lapidam na enseada do tempo, a dignidade.

Lágrimas carcomidas despejam a sinuosidade da vida

Sobre os andrajos perpétuos dos imorredouros febris.

Sórdidas avalanches inundam as horas cansadas do dia,

Dardejando sintomas que arrefecem de medo a coragem

E fazem dos eflúvios da imensidão, uma rotina selvagem

Capaz de transformar em cinzas o ouro puro da verdade.

Indignos lampejos se alevantam diante dum misticismo

Que congrega toda uma gama de sensações infinitesimais,

Mas que deserdam da realidade os fantasmas que, obscuros,

Nada proclamam a respeito das maquiavélicas desventuras

Direcionadas às emoções levadas pelos vendavais sinistros.

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 11/02/2023
Código do texto: T7717241
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