Bella
Nada inusitado\
Sem pretender\
Olhei o horizonte no passado\
Sem ser letal\
Ao deparar contigo no corredor central\
Fitei-te, em segundos extasiado\
Um olhar profundo\
Num mistério oriundo\
De um sentido envolvente\
Aquela boca atraente\
Morena de sedução caliente\
Num sei lá\
De qualquer coisa\
Que interfere na gente\
Chegando a prender\
Ao mesmo que libertar\
Fiquei ali, sem progredir\
Você inocente\
Deixando ir\
Ao que nos permite\
Involuntária, como criança\
Fez-nos um sorrir\
Que dado a carência da fome\
Da solidão do homem\
Sem querer, nos forjou a luz\
Um sonho\
Te ver, elevou a alma\
Que vagou sob as raízes da voz\
Até versar em tom ameno\
Como seria te amar\
Mas o que a cabeça pensa\
A realidade prensa\
Quem serias na essência\
De qualquer aquiescência\
Que de ti\
Em pausada paciência\
Viesse a surgir\
Vaga nas entrelinhas da arte\
Nas impossibilidades da matéria\
No entanto, aquele instante\
Me fez pensar o ouro\
Que procuro\
Nesse mundo escuro\
Não me tenhas por desavergonhada indolência\
Se foi pecado\
Se foi insanidade da carência\
Se ainda me permites\
Averbo-te que foi arte\
Adjudicada a pessoa\
Dessa sua beleza pura\