Dúvida
Dúvida
Não sei a que sabe o teu suposto amor por mim
Se não o provei o gosto nem o toquei enfim
Mas dizes que estás faminto e estranhamente não o provas
Apenas dás momentos felizes ao que sinto e os declamas em trovas
Não me chega a palavra de prazer que o vento me entrega
Sei lá se ele desvairado a outra mulher o sentimento leva
Só tu sabes a quem despiste as palavras enamoradas
Crias as dúvidas às ventanias nas rotas que já delas são despistadas
E lá vão elas quebradas em porções de alentos
Uma aqui outra ali numa poética que agrada aos desatentos
Mas que satisfaz plenamente a magia audaz dos teus intentos
Porque não vens tocar a polpa latejante dos meus ansiosos dedos?
Porque não me olhas frente a frente nesta contagiante emoção sem medos?
Porque não mergulhas no meu mar quente ondulante das ondas harmoniosas e segredos?
Luísa Rafael
Direitos de autor reservados
Porto, Portugal