Presente Ausência
Muita vez pro horizonte da cidade
Fico a olhar, profundamente abstraido,
Enquanto a vaga sensação de uma saudade
Me acomete o coração entristecido!
A inexata impressão de um tempo ido,
Alguma coisa importante de verdade
De que não lembro, nem tão pouco me olvido
Que está aqui e muito além da eternidade!
Como quem força o olhar na escureza
Para na treva enxergar com mais clareza
Volvo o olhar pra intimidade do meu eu!
Mas pelo brusco nevoeiro ofuscado
Não vejo nada e digo então resignado:
É algo em mim que em mim mesmo se perdeu!