Quando amanheces

Quando amanheces

E esqueces

Os teus

Olhos negros

Escondidos

Nos meus

Verdes

Num refúgio

Onde te perdes

Despes

A minha alma

Sonolenta

Que acorda alerta

Nestes cruzados

Olhares

De vagares

Desencontrados

Numa calma

Suave

Numa paz interior

De docilidade

De quem desperta

Em recônditos lugares

E que só o amor

Sabe acariciar

Tudo

É pausado

E lento

Neste escuro

De luminosidade

Até mesmo o silêncio

Da felicidade

Pára o tempo

Bem devagar

Sedento

A olhar

O berço do embalo

Que os nossos braços

Enlaçados

Em espaços

Estreitos

De afagos

De sorrisos colados

E moldados

Em contornos

Mais que perfeitos

Deixam transbordar

Para quê falar

Se o nosso peito

Abraçado

Tem um jeito

De se expressar

Único

Entre os amantes?

Para quê falar

Se ele vibra

Sem sonhar

Um murmurinho

Na magia

Dos instantes

Da fantasia

E do carinho?

Luísa Rafael

Direitos de autor reservados

Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 08/02/2023
Código do texto: T7714765
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