POEMA DOS DESILUDIDOS
Nação com todos nos, entretanto, não de nos todos.
Do sol que nasce para todos e a sombra? Essa não!
Da vontade de uns em transformar neve em carvão,
Onde a forma da lei, é madrasta cruel, sem coração.
A turma de fora se incomoda conosco. Cá dentro.
Se silvícolas somos, tanto pior. Da idade da pedra.
Eis sim. verve pensante, de toda lide aburguesada
Na cabeça nenhuma outra coisa tampouco engendra.
Cai o véu, mas fica hirsuta faceta desavergonhada,
Porque menos caviar e mais pão francês na mesa?
Se no peito não bate o som sensível de um coração.
Acabar com a mamata ai sim está contida a dureza.
País? Sim, meu pais. Terra de gente realmente pacata,
Não quebra o ovo por isso fica sem comer a omelete.
Ao som do samba lembra feliz a falta do feijão carioca.
Pula o carnaval anual comendo a fantasia e o confete.
Gente burlada por políticos, evangélicos, futebolistas.
Sentindo o pior pesadelo lhe atormentar: O das dívidas.
Outrora Alimentadas por sonhos realizados por outros.
Formados com saberes pífios em um mar de dúvidas.
Prosperidade, no dicionário, é frase desconhecida,
Então zombarias barram o sério de levantar o dedo.
Este timidamente resigna, aceitando o inadmissível.
E dai, secamente cala sua voz por pavoroso medo.