Uma morte em dias
Esses dias que, sem permissão, mataram-me
Me vi como um corpo cheio de escarros e feridas
Cheirava mal e o semblante que, antes brilhava com vigor jovial, era sombrio e tristonho
Se, ao menos, me enterrasse em flores, agradeceria por um pouco
Mas me jogou em lixo de terreno sem dono e sem vida
Ali, pessoas me olhavam e meneavam a cabeça
Com desdem me culpavam por tamanha desgraça
Mas a infame e temível que me pusera ali,
Como uma redentora do mal me ergue a mão e com um sorriso enferrujado
me oferece ressurreição em baixa voz
Eu, de forma calculista e de forma astuta,
seguro a sua mão e me torno um coveiro frio e sem coração