Uma morte em dias

Esses dias que, sem permissão, mataram-me

Me vi como um corpo cheio de escarros e feridas

Cheirava mal e o semblante que, antes brilhava com vigor jovial, era sombrio e tristonho

Se, ao menos, me enterrasse em flores, agradeceria por um pouco

Mas me jogou em lixo de terreno sem dono e sem vida

Ali, pessoas me olhavam e meneavam a cabeça

Com desdem me culpavam por tamanha desgraça

Mas a infame e temível que me pusera ali,

Como uma redentora do mal me ergue a mão e com um sorriso enferrujado

me oferece ressurreição em baixa voz

Eu, de forma calculista e de forma astuta,

seguro a sua mão e me torno um coveiro frio e sem coração

Draque Patricio
Enviado por Draque Patricio em 06/02/2023
Reeditado em 07/02/2023
Código do texto: T7713070
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.