Quando vieres

Quando vieres

Deixei-me ficar assim plenamente despida e delicadamente nua

No jardim da pele quente sentida que eternamente será tua

Respiro entre as paredes cansadas forradas com papel de tinta alegre

E só de te pensar suspiro as brisas caladas e fico em mim inocente e leve

Eu sei que a noite escura de estrelas luzentes abraça em liberdade o dia

Que a luz pura das manhãs quentes não é minha loucura nem fantasia

Que um dia chegarás com o olhar de poesia e o sorriso breve de ternura

Ficarás comigo para sempre colado no açúcar dos meus lábios de doçura

Sentirás um aroma de essências florais no sabonete na gaveta

Que abres na procura dos poemas de uma alma incontida de poeta

Tocarás os bordados floridos que enfeitam os recortes das madeiras

E os meus olhos perdidos pelo desejo da celebração se encandeiam nas frinchas soalheiras

O tempo da paixão se arrasta lentamente para o sedutor precipício

Vem docemente que a nosso amor, quem sabe um dia, será o teu suave vício

Luísa Rafael

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Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 06/02/2023
Código do texto: T7712932
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