Entre os Ossos da Alma
Uma gota d'água, a sua falta
- Mata! Sufoca! Arde!
Um pingo d'água, a sua ausência
- Queima! Dói! Seca !
A gota de orvalho, a sua falta
- Faz falta, deságua lágrimas
Arde a garganta, arde os olhos, encolhe os músculos, queima os nervos
Um pedaço que se faz ausência
É permanência de ardência presente sem lacunas
A corroer como a ferrugem,
A flutuar como nuvem
com todo seu poder de dizimar, subtrair, reduzir, apequenar...
Pedaço pequeno que gera solidão
tão oceano quanto a dor da permanente ausência do carinho de um olhar, do carinho de um sorriso, de uma palavra, da alegria de poder está longe da dor que faz encolher ...
do sentir solidão como o roer os ossos da alma tão pálida de chorar
Lágrimas a queimar igual as labaredas de coivaras em noites de verão !
A queimar tão igual a faca certeira a rasgar a escuridão sem prumo e sem
medo
E sem dó