UM GRITO
Eu que por muito tempo me ausentara assim de uma sala de aula, naquele momento me deparava com uma moça tímida, mas que sua presença cativava a todos que naquela sala todo o dia se encontrava. Na verdade não me recordava do nome daquela moça. E assim meio que quem não quer nada, me antecipei e o seu nome eu perguntei. Primeiro me apresentei, disse me chamar Eduardo, e que pra mim seria um prazer tê-la como minha amiga, coisa que ela me respondeu com um sorriso. E assim começamos a nossa história. Nos trabalhos realizados na sala, e a cada avaliação que se prestava, ela me dava sempre uma força. Belinha, como todos os colegas carinhosamente lhe chamava, sempre se mostrava com todos bem dada, apesar de toda sua timidez. Estávamos naquela época no primeiro ou segundo período de comunicação. A nossa amizade ficara tão espontânea que antes mesmo de eu a procurar, ela simplesmente me telefonava. Ela morava na capital, e eu numa cidade circunvizinha. De repente víamos nosso convívio se estreitar, e cada vez mais eu imaginava como na realidade seria ela, aquela que certamente em todos os momentos, já me completava. Até que certo tempo; não sabíamos viver distante um do outro. Nossas relações pediam cada vez mais. Até que em certo dia quando tudo já se encontrava para nós tudo predestinado, uma fatalidade aconteceu. Belinha, naqueles instantes tinha me telefonado e me pedia desculpas por ter que se atrasar. Mas logo ao abrir seu carro, não se sabe bem, fora atingida por um projétil. E assim com ajuda de alguns colegas que por um acaso passava por ela, ela conseguira ter socorro de imediato. Mas de repente, ficávamos sabendo que Belinha tinha que fazer uso de auxílio de aparelhos para se locomover. Uma jovem, que para muitos tinha tudo para almejar uma carreira de grande sucesso, tinha que se contentar com o pouco que a vida para ela preparou. Triste eu fiquei, pois aquela moça, por causa de um sinistro perdia assim todo um plano de vida. Lamentei muito. Mas também teria que dar prosseguimento a minha carreira e fazer de Belinha, um grito. Uma revolta que para muitos nesta e noutra cidade sempre são atingidos. E que nas nossas crônicas, por causa disto não passem tão despercebidas. Temos que dar um basta nesta violência que se encontra presente nas ruas e esquinas de uma cidade.