Na sombra do inigualável
Na sombra do inigualável
O limite do intransponível
Entre as nuvens e o abismo
Abertura do insondável
Soa o trino do gavião
Os olhos não alcançam
Os olhos da tempestade
Arfar de um cometa
Desprendendo-se do planeta
Que azul volteia
Distante das estrelas
O poema bem que tenta
Voar em altas ondas
Mas o poeta tão combalido
Não mede suas falhas
E assim aos poucos
Vai se desfolhando
Para no fim
Não ficar nada
A não ser o cheiro
Doce e suculento
Da poesia que passou