Saiem hastes de alegrias
Saiem hastes
De alegrias
Esguias
Elegantes
Contemplativas
Nas manhãs
De instantes
Da solidão
Desabrocham
Flores
De sonhos e magias
Em botão
Das raízes
Esperançosas
Do meu coração
Abrem-se cálices
Suaves
E felizes
Que olham o céu
Com o véu
Da paz
Em oração
Caiem pétalas
Murchas
Lágrimas de feridas
Escorregadias
No jardim
Da desilusão
Abraçam-se os orvalhos
Das noites sombrias
Às suavidades
Sequiosas
Desta colorida
Vegetação
Nascem sorrisos
Que exalam
Essências perfumadas
De liberdades
Voláteis
Em brisas
De ventos
Fáceis
Em ondulação
É no meu coração
De sincopada ingenuidade
Que vive
Em paraísos
Emotivos
De musicalidade
Em festa
De celebração
E gratidão
Às vidas
Que a vida
Me oferece
Que toca
Uma orquestra
Que a alma
Não esquece
Cada pedaço
De vida
Um momento
Um abraço
Que me molda
Um sentimento
Que emerge
E transborda
Lentamente
Pela minha pele
Quente
Desnuda
E inocente!
Luísa Rafael
Direitos de autor reservados
Porto, Portugal