Saiem hastes de alegrias

Saiem hastes

De alegrias

Esguias

Elegantes

Contemplativas

Nas manhãs

De instantes

Da solidão

Desabrocham

Flores

De sonhos e magias

Em botão

Das raízes

Esperançosas

Do meu coração

Abrem-se cálices

Suaves

E felizes

Que olham o céu

Com o véu

Da paz

Em oração

Caiem pétalas

Murchas

Lágrimas de feridas

Escorregadias

No jardim

Da desilusão

Abraçam-se os orvalhos

Das noites sombrias

Às suavidades

Sequiosas

Desta colorida

Vegetação

Nascem sorrisos

Que exalam

Essências perfumadas

De liberdades

Voláteis

Em brisas

De ventos

Fáceis

Em ondulação

É no meu coração

De sincopada ingenuidade

Que vive

Em paraísos

Emotivos

De musicalidade

Em festa

De celebração

E gratidão

Às vidas

Que a vida

Me oferece

Que toca

Uma orquestra

Que a alma

Não esquece

Cada pedaço

De vida

Um momento

Um abraço

Que me molda

Um sentimento

Que emerge

E transborda

Lentamente

Pela minha pele

Quente

Desnuda

E inocente!

Luísa Rafael

Direitos de autor reservados

Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 04/02/2023
Código do texto: T7711461
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