Divagações
Divagações
Vivemos num futuro que quando o é se faz presente
Ocupa um espaço vazio num escuro profundo premente
É nesse nada que o tudo é meta na voz muda do silêncio lento
Estou calada a sós numa cura que inundo de palavras de sentimento
Nada é palavra sentada na mente à espera do tempo
Um desafio que repousa na brevidade do momento
Quando olho para trás nada vejo senão o passado
Esquecido nos olhos do coração num recanto abandonado
Futuro é escada sem fim onde para o quebrar ali tropeço
No degrau do presente que com a sua rapidez até o desconheço
Pouso os olhos no infinito para ver se algo definido vejo
Tenho a ilusão do grito no pensamento onde mora o desejo
Silêncio é estrada ruidosa cheia de curvas e mistérios
Num labirinto de uma escuridão luminosa de devaneios etéreos
Um mergulho no meu mar interior como um poente que ali descansa
E navega dolente pela noite harmoniosa numa embalada dança
Luísa Rafael
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Porto, Portugal