Tantas folhas soltas
Tantas
Folhas soltas
De devaneios
E alegrias
Foram companhias
Dos dias
Perfeitos
Pelos passeios
Em que te lia
Avidamente
E simplesmente
Sorria
Sorria!
A leitura
Adormecia
Nos peitos
Sufocados
Pela paixão
Ardente
Em combustão
E a tua mão
Até a sentia
Nas letras
Felizes
Que me tocavam
E se perdiam
Na brisa quente
Da minha imaginação
Nunca as perdeste
Estão guardadas
Nos olhos da ilusão
Na pele de marfim
De um corpo nu
Que nunca te entreguei
No coração
Que docemente
Te dei
Enfim
Só eu sei!
E se não as viveste
Eu as vivi
Intensamente
No sentimento
Que borboletava
Assim
Mesmo do nada
Farfalhava
Sedento
Num sussurro
Encantador
O amor
Em cada poema
Que se fez jardim
Todas foras sentidas
Uma a uma
Até não ficar nenhuma
Respiradas
E despidas
As minhas
E as tuas
Entrelaçadas
E nuas!
Luísa Rafael
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Porto, Portugal