Filha do acaso
aqui penso estrelas
olho para o céu
olho para o tempo
aqui disfarço insônias
uma solidão é o que mereço
talvez uma febre quadrada
queria tua voz abrasada
você... filha do acaso
um sentimento inventado
travou meu coração
aqui me desfaço
me quebro, me despedaço
procuro inventar uma ideia
um jeito de te esquecer
vejo vultos, passos, ratos
só não vejo... você
isso agora não importa
me levanto, bato a porta
abro a janela, vejo a rua
asfalto molhado, casas nuas
passa um bêbado, passatempo
um vento rouba meu calor
já não quero esquecer
daqui vejo até a lua
só não vejo... você