rápido como um trovão
esquecido na castidade
ninguém sabe dele
nem mesmo o riso do santíssimo
pássaros de mim fugiram
voaram em busca de um não-sei-o-quê
e saber pouco importaria
aos olhos cansados da minha presença
num mundo cheio de tormentas
os pássaros podem partir
eu tenho pés presos ao chão
rótulos colados nas minhas vivências
ideias mutiladas das guerras perdidas
tantos sonhos esquecidos ao acaso
o caos de uma vida em gaiola
livros na estante para serem lidos
carvão queimado para cozinhar toucinho
outros pássaros virão para cá dentro
metamorfosiei-me em graúna
ou pombo de praça pública a buscar comida
necessito de amor além lençóis de cama desarrumados
quero voar a montanha de Sísifo