vais meu barquinho pelas ondas do mar

sem capitão, sozinho como nasceste

se aparecer um gigante não te assustes

o mar não mata, o mar não faz doer

dele somos amigos ou amantes

como assim disser o coração

não entenderei jamais os homens

eles se vão, eles não dizem adeus

eles são loucos ou são hipócritas

não quero mais ver a Terra

leva-me, barquinho, para outros mares

de onde eu possa poetizar aos peixinhos

no âmbar elétrico deixar um carinho

das coisas escritas à toa, à toa

a melhor foi o poema de Maria Boa

prostituta da Cidade Alta, requintada

se puder, meu barquinho, voltes pra casa

quando a dor passar e os relógios do mundo todo

pararem de badalar... sem parar o meu triste coração

Rosângela Trajano
Enviado por Rosângela Trajano em 31/01/2023
Código do texto: T7707806
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