"ESVOAÇANTES" Poema de: Flávio Cavalcante
ESVOAÇANTES
Poema de:
Flávio Cavalcante
I
Seus cabelos negros esvoaçantes
Absorvem o brilho da luz do astro rei
Absorvem os solventes das constantes
Voando acima das nuvens como lei
II
Esvoaçante é a mente putrefata e impura
Que viaja em patamares e lamas de dejetos
Mergulha na larva na alta temperatura
Pousa nas sombras dos arvoredos seletos
III
Momentos de longos tremores arrepiantes
Depois de mergulhar nas águas friorentas
Teu corpo gélido em cobertas aconchegantes
Um sono pesado com sonhos em tormentas
IV
Esvoaçar numa trilha da majestosa lua
Pés sangrando nas crateras cortantes
A parte obscura em verdade nua e crua
Amarradas em nós em fios e barbantes
V
Aquele que não consegue fazer entender
A temperamentos de fusões inconstantes
Caso do acaso que é bem melhor morrer
E tornarmos seres humanos esvoaçantes