DEVAGAR DIVAGAR

DEVAGAR DIVAGAR

A música clássica preenche o silêncio

Um livro de poesias preenche o estar só

Uns versos escorrem entre os dedos qual areias

Um cálice de vinho procura embriagar o pensar

Devagar um divagar espalha-se em luz

A face oculta por detrás das mãos

Transforma-se num lago irracional

Em turbilhão salgado e constante

A música os livros a poesia os versos

Cheios de sentimentos e solidão

Apagam-se dando vez a raios e trovões

A ribombar lá fora apagando a luz da tarde

Acendendo a noite com seus clarões

Emudecendo entre as paredes

Sombras do que há pouco era mistura de sensações

Abrasadas qual seus perfumes capitosos

Agora momentaneamente apagadas

Pela força da tempestade

Mas logo tudo voltará a seu lugar

E a noite com seu vagar

Trará de volta o alimento do isolamento

Devagar a divagar seguirá com música

Poesia vinho a tudo enebriar

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 28/01/2023
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