DEVAGAR DIVAGAR
DEVAGAR DIVAGAR
A música clássica preenche o silêncio
Um livro de poesias preenche o estar só
Uns versos escorrem entre os dedos qual areias
Um cálice de vinho procura embriagar o pensar
Devagar um divagar espalha-se em luz
A face oculta por detrás das mãos
Transforma-se num lago irracional
Em turbilhão salgado e constante
A música os livros a poesia os versos
Cheios de sentimentos e solidão
Apagam-se dando vez a raios e trovões
A ribombar lá fora apagando a luz da tarde
Acendendo a noite com seus clarões
Emudecendo entre as paredes
Sombras do que há pouco era mistura de sensações
Abrasadas qual seus perfumes capitosos
Agora momentaneamente apagadas
Pela força da tempestade
Mas logo tudo voltará a seu lugar
E a noite com seu vagar
Trará de volta o alimento do isolamento
Devagar a divagar seguirá com música
Poesia vinho a tudo enebriar