A Decisão
A Decisão
Quinze pontadas no seu intestino
Ela notou antes de se embrenhar
Na escurez de um bosque citadino
Era uma negra noite sem luar!
Mais que depressa subiu o vestido,
Acocorou-se sobre a grama fria;
Estava aflita, mas tinha vencido
A pravidade que lhe contorcia!
Se espremendo como um passageiro
No desconforto de um vagão lotado,
Oblou ao céu o putrescível cheiro
Tal qual um fumo que foi evolado!
Berravam forte, ventos inquietos...
Imaginando da treva através
Sentiu a vasta fauna dos insetos
Perturbadora lhe roçar os pés!
Os faniquitos aliviadores
Convulsionavam seu semblante inteiro,
Mas suas pernas, acusando dores
Lhe atentaram para um formigueiro!
Incomodada levantou-se aos saltos
Se estapeando agonicamente
E por instinto os insetos cautos
A atacaram até ficar dormente!
O curioso deste nosso fato
É que depois de todo desespero
Ela deixou o luxo do banheiro
Para poder cagar no mato!