Delírios da saudade
“Ouço passos pela casa, mas estou só!
Atravessam a sala de estar,
E começam a subir as escadas.
Encolho-me sob as cobertas. Sinto gelar-me a espinha.
Agora, ouço caminhar pelo corredor.
Para em frente a porta do quarto...
Está trancada, mas a casa toda está!”
Toda noite, é assim...
Deito-me... Esqueço de mim
E penso somente nela.
Por vezes, subindo a escada,
Em outras, olhando à janela.
Chega a deitar-se ao meu lado,
Sinto o colchão ceder...
Posso sentir seu perfume
Suave, me envolver.
Delírios da saudade,
Pesadelos das lembranças.
Sei que jamais a verei,
Mas nunca perco a esperança...