Na escrivaninha encantada, procurando lembranças
Que saudade senti,
das palavras escritas,
tantas falas não ditas!
Apenas escritas,
perdidas,
na minha memória!
É toda a história
que pude contar,
sem jamais inventar
um sorriso ou a dor.
E falei de amor,
desamor,
dos caminhos que andei.
E sequer me lembrei
de parar de andar!
Egoísta, esqueci
que o corpo envelhece,
a lembrança se esquece
até mesmo de mim!
Quando todo passado, deixado
começa a apagar
da memória cansada,
que desistiu de lembrar!
Que bom que salvei um pedaço de tudo,
nas linhas guardadas em minha escrivaninha!
Onde volto de tempos em tempos,
apenas para recordar.