DESCULPEM-ME A FRANQUEZA
Estou descobrindo aos poucos e bem rapidamente,
o que o povo preza realmente,
não é cultura e nem educação,
nem o desenvolvimento da mente.
Mostrarei com gentileza,
desculpem-me a franqueza...
Vejo todo dia,
principalmente pelas redes sociais,
o valor dado às coisas ridículas,
adoração às situações banais.
Calar-me diante disso é dureza,
desculpem-me a franqueza...
Se veem um texto,
não leem e nem se interessam,
nem procuram visualizar,
uns poucos até estressam.
Aí vejo com clareza,
desculpem-me a franqueza...
Se for uma figura,
até dão atenção,
ficam por dois segundos
a olhar com admiração.
Isso é falta de esperteza,
desculpem-me a franqueza...
Ás vezes, nem compreendem
a mensagem que o desenho quer passar,
rolam o mouse mais rápido
e a próxima já estão a olhar.
Não é mais surpresa,
desculpem-me a franqueza...
Mas se for uma foto de perfil,
ressaltando a beleza
lá estão, hipnotizados, a divagar
e também a comparar.
Fazem isso sem sutileza,
desculpem-me a franqueza...
Nem falo sobre as dancinhas
que surgem ao raiar,
cada um inventa a sua e,
para isso o cérebro está a funcionar.
Essa situação causa tristeza,
desculpem-me a franqueza...
Vejo essa geração
sem conteúdo nenhum ao falar
e isso, quando querem dialogar,
os pais são responsáveis e a culpa vão carregar.
Em termos de cultura só mostram pobreza,
desculpem-me a franqueza...
Uma pessoa culta e rica em conhecimento
não será dominada sem lutar,
saberá o que exigir
e através de que meios conseguir.
Cultura é uma imensa riqueza,
Novamente, desculpem-me a franqueza...