Olhos verde água
Olhos verde água
Não sei se os meus olhos são verdes imaculados
Os se assim fico com o que vejo com eles molhados
Só sei que as lágrimas quando caiem parecem sementes
Ficam descoloridos e vagarosamente transparentes
Eles ficam diluídos em águas por onde se perdem
Têm o verde dos poemas que as letras lhes cedem
Balançam em ondas esverdeadas de espuma de sentimento
Descansam quando deixam cair o pranto do tormento
E aquela gota que se solta em liberdade no rosto desinibida
Segue os vincos trilhados na pele pela estrada da vida
Cai tonta por onde os meus passos lentamente caminham
Em regaços de acolhimento que nem eles próprios adivinham
E assim por aí fica uma mágoa sentida entregue ao vento
Uma gota desprendida de mim que grita por dentro!
Luísa Rafael
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Porto, Portugal