Ah, essa dor !

Há horas amargas

Que a garganta trava

O sol se esquece de ser sol

As estrelas desaparecem

E a lua fica sem cor!

Os caminhos se desfazem

só restando a face da dor

que se estopora como água viva a queimar deteriorando instantes

E as vozes dos vagalumes

E os ecos das pedras

E os sonhos dos passarinhos

São gritos coagulados esticados nos varais sem fim

E a dor multifacetada como lágrimas sorridente por venerar esses instantes que se increspam

Se desdobram com manobras avarentas !

Ah, essa dor que a leveza do peso pesado como arado a ferir a terra !!

Ah, essa dor latente , pertinente

Sorridente como raios em noites escuras

Como raios a rasgar nuvens

A estrondar trovões nos rincões

do corpo de quem sente essa dor !

Raimundo Carvalho
Enviado por Raimundo Carvalho em 23/01/2023
Reeditado em 23/01/2023
Código do texto: T7702365
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