Ah, essa dor !
Há horas amargas
Que a garganta trava
O sol se esquece de ser sol
As estrelas desaparecem
E a lua fica sem cor!
Os caminhos se desfazem
só restando a face da dor
que se estopora como água viva a queimar deteriorando instantes
E as vozes dos vagalumes
E os ecos das pedras
E os sonhos dos passarinhos
São gritos coagulados esticados nos varais sem fim
E a dor multifacetada como lágrimas sorridente por venerar esses instantes que se increspam
Se desdobram com manobras avarentas !
Ah, essa dor que a leveza do peso pesado como arado a ferir a terra !!
Ah, essa dor latente , pertinente
Sorridente como raios em noites escuras
Como raios a rasgar nuvens
A estrondar trovões nos rincões
do corpo de quem sente essa dor !