Para acordar a palavra
o frio arde
não cabe direito
entre o dito e o feito
deixa o rio enroscado
em seu leito
a vida se dobra
escorre no arranjo de flores
tanto quanto o perfume
bebem o azul
aquecem uma manhã
o futuro acorda
esbarra no sino
sem saber o rumo
a janela se arrepia
de tardinha a lua
repousa na almofada
no mesmo assunto
não faz caso
do verbo ser
a alcateia de Evas
rasga o perdão
feito manga madura
cheia de dobras
dos sons e dos ventos
fique certo amor
que te bebo
de um gole só
na ressurreição desse copo
passo a língua
no Amém