"RUÍNAS" Poema de: Flávio Cavalcante
RUÍNAS
Poema de:
Flávio Cavalcante
I
Ruínas produzidas ao longo da vida
Pavimento do coração mal alicerçado
É a linha que eu ando mais que referida
O afrouxar de um laço que não foi amarrado
II
As profundas ranhuras destruidoras de mim
Arruinaram meu corpo sem defesa alguma
Me banharam do ódio sugando sangue até o fim
Deixando o amor sem saudade nenhuma
III
Proclamaram que a minha vitória seria ruína
Por mais que tentasse andar, se tornava em vão
Rasgado pelas presas como as aves de rapina
Como folhas na tempestade que caem no chão
IV
As ruinas do ajuizamento me fazem pensar
Em todos os momentos bons e ruins que passei
Ruinas na hora que eu sempre fui tentar buscar
Os destroços, juntados destas ruínas que juntei
V
Perguntas sem respostas sempre me seguiram
Em cada lugar, cada canto e em todas esquinas
Foram em vão quando muitos casos reagiram
Um reflexo ou reflexão de uma vida sem ruínas