Escombros
Onde estava a cor que um dia pintava o céu?
Debaixo daqueles escombros a escuridão cingia a língua
Ásperas as impressões marcavam a macia carne da vida e violentavam a pureza da sua alma criança
A lembrança daquele dia arrancou do horizonte toda a esperança
Sob os restos das ruínas, soterraram-se os sonhos
Nenhum sopro se fez luz
O ar rarefeito enchia os pulmões de uma agonia putrefata
Jazia ali um homem, muitos homens
Dizimados pela dor e agonia de não poder ver a luz do dia.