O fim do infinito

a beleza do que se propõe ser infinito é a expectativa de que tudo se acabe na próxima curva

nem sempre beberei teu veneno involuntariamente,

mas você nunca saberá

assim era eu, rato

tolo, negligente, desarmado...

a caça sonhando ser caçador

um rato encantado com queijos de outros mundos

pois quando o flautista toca a música que me transporta para as coxas de alguém

a inquietude de todos meus ontens apressa meus passos... à armadilha

então vi barulhos de mil trovões

uma coisa espantosa, um céu negro,

uma Little Boy

um som tão alto que me fez desejar todos os silêncios do mundo...

era a curva, o fim do infinito.

Luiz Dezenove
Enviado por Luiz Dezenove em 20/01/2023
Código do texto: T7699619
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