O Inverno

O Inverno

Sopra uma ventania turbulenta que dança com a chuva intensa

Um Inverno de cor cinzenta numa melancolia sem licença

Cai e rodopia a chuvada que avança num ameaçador temporal

Leva o calor numa rajada de furor como uma lança para outro local

Corpos molhados ficam esculpidos pelas águas neles quebradas

Cada gota abre trilhos perdidos pelos poros luzidios das estradas

Um frio que escorrega por curvas sinuosas lavadas

E que leva as cores turvas Invernosas para as roupas cansadas

É impetuoso e incontrolável este vento que me desiquilibra

Mas não mais que o tormento do amor instável que em mim vibra

Não tenho medo destes Invernos quentes que trovejam no coração

São infernos que se desejam nas fúrias envolventes da paixão

Como gostaria que viesses subitamente como um clarão de trovoada

Num trovão de luminosidade surpreendente que me beija assim do nada

Luísa Rafael

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Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 19/01/2023
Código do texto: T7699461
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