Vem ter comigo

Vem ter comigo

Ao mesmo

Porto de abrigo

Nesta madrugada

Calada

Que te espero

Acordada

Com a solenidade

Do vento

Aturdido

Que não se cansa

De te chamar

Com o seu gemido

Quente

E transparente

Não ouves

O clamor

Que dança

Enlouquecido

Nas curvas

Das transparências

E sensualidade?

Não ouves

O assobio

Conquistador

Que vagueia

Nas asas do amor

Em voos

Que rasgam o esplendor

Do sol luzidio?

Não ouves

O meu silêncio

Engolido

Que mergulha

Numa linha basal

De um vazio

Esquecido

E que borbulha

Emotivo?

Não ouves

O meu beijo

Carmim

Repenicado

De sons vibrantes

E calorosos

Com floreados

Amorosos

De um jardim

Acolhedor

Do desejo?

Não ouves

A intensidade

Dos batimentos

Pulsantes

De um coração

Que habita

No paraíso

Dos encantamentos

E que grita

A emoção

E os sentimentos?

Diz-me, então

Ouves os chamamentos

Da alvorada

Ou não ouves nada?

Luísa Rafael

Direitos de autor reservados

Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 19/01/2023
Código do texto: T7699191
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