O riso que vive em nós
O riso que vive em nós
O riso rasga o tecido da pele como o sol por entre as nuvens
Dizem que é falta de juízo quando por aí esquecido em cócegas de penugens
Solta-se ao vento pelo lábio doce mel que não o contém
Ou guarda-se no olhar sábio do sentimento e não se oferece a ninguém
O riso não é somente uma expressão facial de felicidade
Quem sabe um devaneio quente imoral num rasgo de impetuosidade
Um momento que nos é alheio que nos abraça de forma surpreendente
Um pensamento alegre em passeio na estrada misteriosa da mente
Quantas vezes o riso tem voz no olhar de uma suavidade calma
Mesmo sem companhia a sós adquire liberdade e sai da alma
Tem um eco de alegria quando por magia chega ao exterior
Ou fica nos embalando numa melodia que sossega com o seu amor
Quando o corpo ri o coração diz o que sente e se despe com avidez
Ele não mente apenas se veste inocente com a cura da nudez
Luísa Rafael
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Porto, Portugal