DALILA ( Tadeu Lobo)
joguei meu mundo pela janela e desisti da minha existência quando lhe conheci
Pois você é minha perdição Dalila
Hoje vivo em busca do eu sem me encontrar
Paguei alto pelo Encanto dos teus olhos soberanos
E pelo preço de ser você
Só para lhe ouvir me chamar de ser amado
Alegria de viver se foi juntamente com meu coração seco,
dentro do peito a navegar pelo mar.
Sob os sons das águas de lágrimas passadas
Como uma melodia Cíclica.
As vezes chego a pensar ser em vão.
Minha procura entre linhas tortas
Por uma linguagem de amor
E se me permitisse amar você
Sem essa melancolia que há entre nós dois
Nossas vidas nesse dias atuais
Seria uma reciprocidade poética
Sem nenhuma culpa.
Pois eu sou sincero e não pretendo
Viver um amor improvável.
Não me espere mais,
Pois não haverá um novo reencontro entre nós
Sinto muito a sua falta
Mas chega de tanto dissabor.
Refletir antes de tomar essa decisão
Apesar de minha fragilidade e boas lembranças que houve entre nós,
Só te relembrei ao ponto de partida.
Feliz do homem que em seus reflexos
Não conheceu o amor.
Quando lhe falei de amor, você disse que isso era meu clichê,
Que o sonho perfeito nunca existiu.
Assim sendo,
Faço-lhe meu último convite:
Aqui tens a tua frente
A foice e face que outrora beijaste,
Preciso que me corte
Será melhor a ser informado.
Arranque tudo que há dentro de mim
E escreva um poema visceral
Pois só tu poderá dizer
O que é poesia pra mim
Em um soneto da alma humana
Que vagueia nos buracos negros
Sem destino pelos céus entre as estrelas,
Que clareiam com seu fogo fátuo
O balseiro da morte
Que segue de encontro com o infinito.
Esse texto foi composto pelo poeta e escritor Tadeu Lobo, usando todos os meus 55 títulos, já publicados no Recanto até o dia 23 de Janeiro de 2023.