MEU MEDO
Ah, esse medo - desmedido
que me chega, e sem aviso
se instala, aqui, comigo,
indeterminado e imenso.
De onde vem?
Eu não sei bem.
É paisagem cinza escuro,
é a ruína do muro,
que um dia caiu - ninguém viu.
É uma sombra agourenta,
que me procura e tortura
a qualquer hora do dia,
como um pé de ventania,
levanta pó, vai e vem.
Fecho a porta e a janela
para proteger-me dela...
Solidão - bruxa malvada,
vai-te embora, passa fora!
Vai correr as madrugadas,
contigo eu não quero nada.