Nostalgia
O sol ontem cedinho viajou, foi... sem deixar saudades,
sem dia certo para voltar, e nem sabe que amanheceu,
antes beijou as árvores, pediu ao vento antes de partir,
que soprasse as nuvens cinzas que se escondem de noite
enquanto dormimos um sono profundo sem nada sentir,
rebuscando os mesmos sonhos que sempre foram seus.
Olhar lá para trás, mirar o fim da rua, guardar no peito
a suavidade dum amor, um leve poema irá surgir.
Foge àquele olhar, às asas da ave que aflita, canta
fugindo da chuva, buscando um esconderijo, seu voo
em mim, faz nascer uma vontade de também voar!
Porque chovem ilusões, vem junto a vontade,
de me banhar na chuva, e da alma a nostalgia retirar.
Vontade de sentir bater mais forte o coração, por amor,
resta somente sonhar. Quantos anos já se passaram
e quantos verões e invernos de esperança, vivemos,
o amor em sua imensidão veio a minha vida iluminar.
Quantas vezes à minha frente, silenciou o mar, adentrando
um desejo contido de abraçar, de conversar, mãos dadas,
e poder caminhar, realizando um sonho de ver de perto,
quem de mim, sempre sempre tão longe está.
Porque chove, a nostalgia não passa, nem o desejo de amar.
Amanheceu, outra vez junto amanheço, vou ao mundo
por uma ruazinha arborizada, debaixo da chuva forte,
chegando a esquecer que a pouco rachava no calor,
as suas águas indo rumo ao rio que fica perto e segue
em velocidade ... se vão as águas, o inverno chegou.
Outro entardecer sem sol, tempo nublado, vai chover,
enquanto o meu coração a você entrego, de olhos fechados.