A Paulista

Não sabia das horas/

Nem sabia de mim/

Caminhava as aversas /

Com as dificuldades/

Fervilhando à cabeça/

De repente, como a chuva/

Na terra seca/

Num canto de esquina/

Nunca vi tão linda menina/

Tão aquém da minha cidade/

Como além do meu prazer/

Extasiado na sua candura/

A altura da idosidade/

Me permitir desafiar a loucura/

De sonhar com você/

Interrogando o momento/

De como podemos ainda ser animais/

Diante de tão bela formosura/

Quando reverberei os olhos/

Para compreender a certeza/

Com clareza/

Seus seios divinos/

Sem qualquer preconceito/

Saltavam aos olhos /

Aconselhando a ofendida moral/

A entender a beleza natural/

Que sem pretensão/

Atiçava a libido de qualquer mortal/

Consubstanciada pelo lume do sol/

Aquela pele alva mosqueada/

Adejada por aqueles cabelos em brasa/

Fertilizava como a brisa da estrada/

Me dando por desguarnecido/

Ao impactar com sua boca nua/

A meio tom do rosa/

Me dei por vencido/

A necessidade de insandecido/

Precisar morrer apaixonado/

Por quem, nem sei dizer/