Amor vampiro
Amor vampiro
As flores da ilusão murchas tristemente sucumbiam
Os amores em exaltação lentamente se diluiam
A seiva do alimento era sugada pela entrelaçada raiz
Secava pela intensidade e avidez de querer do nada ser feliz
Aquela flor mulher vivia a paixão com a roupagem do sofrimento
Por entre o prazer a aragem era doentia no leito do desalento
Ela floria numa paisagem que era asfixia na Primavera
Deu tudo que para si queria em troca de uma vazia quimera
Escondeu cada ferida e cicatriz com ligaduras de curas e suporte
Percebeu que este amor vampiro nem era feliz nem o trevo da sorte
Em segredo chorou um pranto de pétalas sem encanto nem vitalidade
Que caíram sem medo na terra seca com minerais de superação e liberdade
No amor não se vive pelos dois, cada um em reciprocidade dá a sua melhor parte
Quem disse que o amor de verdade não tem arte?
Luísa Rafael
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Porto, Portugal