Amor vampiro

Amor vampiro

As flores da ilusão murchas tristemente sucumbiam

Os amores em exaltação lentamente se diluiam

A seiva do alimento era sugada pela entrelaçada raiz

Secava pela intensidade e avidez de querer do nada ser feliz

Aquela flor mulher vivia a paixão com a roupagem do sofrimento

Por entre o prazer a aragem era doentia no leito do desalento

Ela floria numa paisagem que era asfixia na Primavera

Deu tudo que para si queria em troca de uma vazia quimera

Escondeu cada ferida e cicatriz com ligaduras de curas e suporte

Percebeu que este amor vampiro nem era feliz nem o trevo da sorte

Em segredo chorou um pranto de pétalas sem encanto nem vitalidade

Que caíram sem medo na terra seca com minerais de superação e liberdade

No amor não se vive pelos dois, cada um em reciprocidade dá a sua melhor parte

Quem disse que o amor de verdade não tem arte?

Luísa Rafael

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Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 15/01/2023
Código do texto: T7695906
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