A VOZ DO SILÊNCIO
Ao silêncio eu me atento
o barulho afugento,
não sei se vem de dentro
ou só do pensamento...
Turbilhão de sons
neste vasto silêncio...
A voz do silêncio
insiste no argumento
fala ao relento,
sinto a balbúrdia
faço-me de surda,
uma luta absurda!
Se esconde atrás da porta
fica lá e ninguém nota
discordamos em silêncio
sem soltar nenhuma nota
capto seu aumento
recolho e me contento.
O silêncio me ajuda
sempre que estou em fuga,
restaura o meu íntimo
liberta o meu ser,
palavras querem sair
e elas quero conter.
A voz do silêncio me acorda
ela me embala
como ciranda e roda,
essa voz só fala ao peito
abafo e ajeito,
essa voz eu aceito.
Com essa voz me identifico
é meu cotidiano,
para muitos é sacrifício,
isso é grande engano
escute a voz do silêncio
flutua em segundo plano.
Seguimos com essa afinidade
às vezes, a garganta arde,
o silêncio quer eternidade
nessa batalha a alma é dilacerada,
a voz quer ser libertada
como em um conto de fadas...