A VOZ DO SILÊNCIO

Ao silêncio eu me atento

o barulho afugento,

não sei se vem de dentro

ou só do pensamento...

Turbilhão de sons

neste vasto silêncio...

A voz do silêncio

insiste no argumento

fala ao relento,

sinto a balbúrdia

faço-me de surda,

uma luta absurda!

Se esconde atrás da porta

fica lá e ninguém nota

discordamos em silêncio

sem soltar nenhuma nota

capto seu aumento

recolho e me contento.

O silêncio me ajuda

sempre que estou em fuga,

restaura o meu íntimo

liberta o meu ser,

palavras querem sair

e elas quero conter.

A voz do silêncio me acorda

ela me embala

como ciranda e roda,

essa voz só fala ao peito

abafo e ajeito,

essa voz eu aceito.

Com essa voz me identifico

é meu cotidiano,

para muitos é sacrifício,

isso é grande engano

escute a voz do silêncio

flutua em segundo plano.

Seguimos com essa afinidade

às vezes, a garganta arde,

o silêncio quer eternidade

nessa batalha a alma é dilacerada,

a voz quer ser libertada

como em um conto de fadas...

Maria Cristina Amaral Oliveira
Enviado por Maria Cristina Amaral Oliveira em 15/01/2023
Código do texto: T7695565
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