Interdito

Sei que não devo

te falar de amor

verter em palavras

o que dos olhos transborda.

Sei que não devo

falar em saudade

abrindo ao infinito

o que minh´alma consome.

Sei que não devo

dar vazão ao sonho

fechando os olhos

ao que em torno existe.

Mas sei também

que, de olhos fechados,

a tua imagem persiste

impressa em minha retina,

que, em mim, habita

o desejo infinito, vibrante

de fazer-te meu

a cada instante.

De tudo o que não devo

do que me é proibido

és o interdito ansiado

o que há de mais querido.

Shirley Carreira

Shirley Carreira
Enviado por Shirley Carreira em 27/11/2005
Código do texto: T76955
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