Interdito
Sei que não devo
te falar de amor
verter em palavras
o que dos olhos transborda.
Sei que não devo
falar em saudade
abrindo ao infinito
o que minh´alma consome.
Sei que não devo
dar vazão ao sonho
fechando os olhos
ao que em torno existe.
Mas sei também
que, de olhos fechados,
a tua imagem persiste
impressa em minha retina,
que, em mim, habita
o desejo infinito, vibrante
de fazer-te meu
a cada instante.
De tudo o que não devo
do que me é proibido
és o interdito ansiado
o que há de mais querido.
Shirley Carreira