Cegos em Linhas Retas
E os cegos em linhas retas
Cegos pela cegueira linear pura
Bêbados pela certeza que cerca aniquila afunila e envieza
pelas regras toscas e tantas
E tontas de tão cegas
E tontas de tão certas
E os cegos permanecem cegos
usufruindo de sua própria cegueira
Cegos que seguem bêbados com olhares embaçados prisioneiros e miradores de metas - objetos - coisas abjetas seletivas de mau gosto
No altar mor de sua prisão !
Cegos ! Bêbados! Tontos!
Toscos ! Inertes !
Sem cheiros
Sem cores
Similares aos seus
Tão rotos
Tão muitos sem gozo
sem a pulsação
que move sonhos de manhãs azuis alaranjadas
Esses seres tão distantes dos raros instantes
Onde pulsa o poético
Onde grita poesia
Onde Poeticamente gira em linhas curvas, ondulares, circulares
O gosto da vida que pulsa e grita
em ecos tingindo
as tardes avermelhadas de tão belas