O mar do meu olhar
O mar do meu olhar
Pousam os olhares no céu infinito de fios dourados
Espumas de mares descansam num véu de tons espelhados
Dançam no céu à solta as gaivotas em movimentos circulares
Como bailarinas em rodopios à sua volta sem sairem dos seus lugares
A varanda suporta a leveza do esvoaçante pensamento
Perfuma-se com gentileza a aragem da maresia com a música do vento
Uma anestesia salgada com tempero da viagem pela minha interioridade
Numa mistura de sossego com a ondulação quebrada em sonoridade
A claridade quente afaga com ternura o rubor facial
Como uma mão suave acaricia o rosto com a doçura angelical
O poente desmaia com serenidade e lentidão o seu cansaço
Ondula a saia com a ventania branda como quem brinca no espaço
O dia finta o coração adormecido com a paisagem
Ele vive perdido de paixão e o silêncio é a sua linguagem
Luísa Rafael
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Porto, Portugal