Segura-me
Segura-me
Segura a minha mão com a força da tempestade de uma estonteante paixão
Nesta maré pura tranquilizante em suave e pacífica ondulação
Não me deixes ir embora que o meu corpo grita por ti em plena levitação
Vejo a vida a fluir e o meu coração à tua volta numa louca gravitação
Tenho a roupa do desejo mas o receio secreto de a entregar
Vagueio nesta espuma de permeio ao som discreto da música do mar
Prova lentamente o salgado tempero da pele neste sereno flutuar
Uma dança sem pecado com a sedução que se balança docemente ao teu olhar
Vês como a corrente me afasta em desassossego do teu peito
Ela passa fluente sem olhar que o nosso apego está em celebração neste leito
Não lês nos meus olhos a mágoa que terei no coração em te perder?
Sabes, se me queres te levarei às profundidades das águas do prazer
E o meu corpo neste gelo quente à tua espera flutua
Num apelo inocente, a minha alma te chama tão pura, tão nua!
Luísa Rafael
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Porto, Portugal