viagem de inseto na roupa vestida
documento perdido nalgum lugar
traças no guarda-roupas
eu sem mais lágrimas para chorar
coração bandido não me atende
costuma amar demasiado
sai por aí bebendo em cada bar
tomando pancadas de amantes tontos
vesícula inflamada não dói tanto
o quanto o pranto do fingimento
fingir que não sou mais a mulher incrível
dos teus olhos pedaços do céu
sepultura cavada a céu aberto
para enterrar meu corpo que mataste
feminicídio sequestrado pelo monstro
teu crime maior foi roubar-me a vida
meus ossos inocentes vão para terra
minha alma sofrida sobe aos céus
trago mil promessas para Nossa Senhora
voltarei aqui mais tarde... eu nascerei de novo